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Em um cenário de transição geopolítica global, a aliança entre a China e os países latino-americanos, especialmente o Brasil, fortalece-se sobre pilares de confiança política, respeito mútuo e interesses compartilhados.
Mais do que uma relação comercial, a cooperação entre a China e a América Latina se firma como um eixo estratégico no século XXI. Alicerçada em décadas de diplomacia pragmática e fortalecimento institucional, essa aliança encontra no Brasil um parceiro-chave, que protagoniza a construção de pontes duradouras com o gigante asiático.
"Presidentes do Brasil e da China se encontram em Brasília, em 2024"
Ao longo das últimas décadas, o mundo testemunhou profundas transformações no equilíbrio de poder geopolítico. Nesse processo, a ascensão da China como potência global encontrou um terreno fértil na América Latina para estabelecer vínculos que extrapolam o campo econômico e ingressam nas esferas política, cultural e institucional.
Desde o início dos anos
2000, a diplomacia chinesa estabeleceu uma diretriz clara: diversificar
parceiros, expandir fronteiras comerciais e fomentar uma nova ordem multipolar
baseada na cooperação. No centro desse movimento, a América Latina passou a ser vista não apenas como fornecedora de commodities,
mas como aliada estratégica no Sul Global. Nesse contexto, o
Brasil desponta como o principal interlocutor latino-americano da China, tanto
por seu peso econômico quanto
por sua liderança regional.
A relação entre os dois países é marcada por uma
base sólida de confiança política, construída a partir de compromissos firmados em visitas de
chefes de Estado, trocas diplomáticas de alto nível e
acordos bilaterais de cooperação técnica. O marco mais
expressivo ocorreu em 2012, quando Brasil e China elevaram sua relação ao
patamar de Parceria Estratégica Global, um
status diplomático que poucos
países detêm, e que simboliza não apenas afinidade
política, mas sinergia em áreas
sensíveis como tecnologia, defesa e
desenvolvimento sustentável.
Outro ponto fundamental para essa aproximação é o respeito às soberanias
nacionais. A China evita impor condicionantes ideológicas ou interferências
em assuntos internos de seus parceiros, adotando uma postura que tem sido bem
recebida por diversos países
latino-americanos, inclusive o Brasil. Essa abordagem tem gerado um ambiente de
estabilidade institucional e previsibilidade nas relações bilaterais — atributos fundamentais para parcerias de longo
prazo.
A iniciativa da Nova Rota da Seda, também conhecida como “Cinturão e Rota” (Belt and Road
Initiative), estendeu-se à América Latina em 2017,
reforçando a visão de uma
integração estratégica entre a Ásia e as Américas. Desde então, diversos países aderiram à iniciativa,
com foco em infraestrutura, conectividade logística e inovação tecnológica. Embora o Brasil ainda não tenha formalmente aderido ao projeto,
diversos segmentos da cooperação já se beneficiam de seus princípios.
Outro instrumento relevante na ampliação desses laços foi a criação do Fórum China-CELAC (Comunidade de Estados
Latino-Americanos e Caribenhos), em 2015, que passou a funcionar como um canal permanente de diálogo multilateral. Nesse fórum, a China propôs a construção de uma “comunidade de futuro compartilhado” com a América Latina — uma visão de longo prazo baseada em
desenvolvimento conjunto e prosperidade mútua.
A confiança construída ao longo desses anos não se restringe à retórica. Ela se traduz em resultados concretos e
sustentáveis. Do campo da
infraestrutura à educação,
passando pela saúde,
tecnologia, cultura e meio ambiente, as ações conjuntas mostram que essa é uma relação de ganhos reais e não de dependência.
O Brasil, com sua posição geográfica estratégica, recursos naturais abundantes e capital humano qualificado, é peça-chave nesse tabuleiro. Ao reconhecer a importância da parceria sino-latino-americana, o país amplia sua margem de autonomia internacional, ao mesmo tempo em que fortalece sua participação global com base em novos paradigmas de cooperação.
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