🌎 Clima em pauta: líderes mundiais criticam negacionismo climático e ausência de Trump na COP30 em Belém

Presidente da Colômbia e líder chileno repreendem postura dos EUA; Reino Unido reafirma compromisso com descarbonização e Acordo de Paris ...

Presidente da Colômbia e líder chileno repreendem postura dos EUA; Reino Unido reafirma compromisso com descarbonização e Acordo de Paris

📍 Por Rafael Guimarães | Radioagência Nacional | Revisado por Tribuna do Brasil – 06/11/2025

© Tânia Rêgo/Agência Brasil

Belém (PA) – A abertura da Cúpula de Líderes da COP30, realizada nesta quarta-feira (6), em Belém, foi marcada por discursos incisivos, apelos por ações concretas e duras críticas à ausência do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em meio às crescentes tensões globais sobre as mudanças climáticas.

No centro dos debates, a crise ambiental global ganhou contornos políticos quando os presidentes da Colômbia, Gustavo Petro, e do Chile, Gabriel Boric, usaram a tribuna para condenar publicamente o negacionismo climático do mandatário americano, que não apenas se ausentou do evento, como também recusou-se a enviar representantes às rodadas de negociação da conferência.

🌐 Reino Unido reafirma liderança climática

O primeiro a discursar foi o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, que enfatizou o compromisso do Reino Unido com a transição energética e o fim da dependência dos combustíveis fósseis. Ele anunciou novos investimentos em energia limpa e reforçou a necessidade de os países-membros cumprirem integralmente o Acordo de Paris, destacando a urgência de limitar o aquecimento global a 1,5°C.

🗣️ “Esta é a nossa melhor chance para evitar o ponto de não retorno. Precisamos que cada nação faça sua parte com seriedade e responsabilidade”, declarou Starmer, ao cobrar que outras lideranças globais não apenas assinem, mas executem seus compromissos climáticos com celeridade.

🔥 Críticas ao negacionismo e o "vácuo americano"

Em seguida, Gabriel Boric adotou um tom duro ao repudiar as declarações recentes de Trump na ONU, onde o presidente americano afirmou que a crise climática “não existe”. Para Boric, tal postura é “mentirosa, perigosa e incompatível com o século XXI”.

“Vivemos tempos em que algumas lideranças optam por negar as evidências científicas e tratar o colapso ambiental como ficção. Isso é inaceitável”, reforçou o presidente chileno.

Já o presidente colombiano, Gustavo Petro, lamentou o vazio deixado pela maior economia do planeta e acusou Donald Trump de colocar a humanidade em risco ao bloquear os avanços globais em prol da descarbonização.

“Trump erra duplamente: ignora a ciência e arrasta sua sociedade para o abismo junto com o resto do mundo”, sentenciou Petro, ao alertar que o planeta precisa de liderança, não de negacionismo.

🌫️ As ausências que pesam

Além de Trump, outros líderes das maiores economias poluentes do planeta também estão ausentes em Belém. China, Índia e Rússia — que, junto com os EUA, respondem por mais de 60% das emissões globais de gases do efeito estufa — não enviaram seus chefes de Estado à COP30. Ainda assim, diferentemente de Trump, os demais países optaram por manter delegações diplomáticas e técnicas nas negociações.

A ausência quase total dos principais emissores coloca em alerta ambientalistas e analistas internacionais, que veem o evento como uma das últimas oportunidades de coordenação multilateral significativa antes de 2030, data-chave para cumprir as metas globais de corte nas emissões.

📍 Belém no centro do mundo

A capital paraense, que sedia pela primeira vez a conferência global do clima, foi cuidadosamente preparada para receber mais de 190 delegações internacionais, chefes de Estado e representantes da sociedade civil, ONGs, cientistas e ativistas. A COP30 acontece em um momento em que o mundo enfrenta eventos climáticos extremos, como secas históricas na Amazônia, incêndios florestais na Europa e enchentes devastadoras no sul da Ásia.

📢 Continue acompanhando a cobertura completa da COP30 aqui no Tribuna do Brasil. Amanhã, traremos os bastidores da reunião dos países amazônicos e os novos compromissos financeiros anunciados pelos fundos de transição energética.