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Potências cobiçam riquezas naturais do Ártico, palco de uma disputa com desdobramentos militares - A Referência

Derretimento do gelo dá acesso a petróleo, gás e novas rotas comerciais, intensificando a rivalidade entre China, Rússia e a Otan O Ártico, ...

Derretimento do gelo dá acesso a petróleo, gás e novas rotas comerciais, intensificando a rivalidade entre China, Rússia e a Otan

O Ártico, região que cobre cerca de 4% da superfície terrestre, está deixando de ser apenas um símbolo da crise climática para se tornar um dos territórios mais cobiçados do planeta. Com o aquecimento global avançando quatro vezes mais rápido na região do que no restante do mundo, países como China, Rússia, EUA e outros membros da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) enxergam no derretimento das geleiras uma rara oportunidade estratégica. As informações são da rede BBC.

Além do impacto nos ecossistemas e nas populações locais, o recuo do gelo facilita o acesso a valiosos recursos naturais — estima-se que o Ártico concentre cerca de 30% do gás natural ainda não explorado no mundo.

Ao mesmo tempo, novas rotas marítimas entre a Ásia e a Europa podem reduzir o tempo de transporte e revolucionar o comércio internacional. A China, por exemplo, tem apostado no desenvolvimento da chamada “Rota da Seda Polar”, com planos para transformar o porto norueguês de Kirkenes no primeiro destino europeu de seus navios cargueiros.

Base militar de Sargo, dos EUA, no Ártico, em atividade desde 2016 (Foto: U.S. Navy/Adam)

Mas os moradores da pequena cidade norueguesa, situada dentro do Círculo Polar Ártico e a apenas dez minutos da fronteira com a Rússia, estão divididos quanto ao papel de Beijing na região.

“O que estamos tentando construir aqui em Kirkenes é um porto de transbordo onde três continentes se encontram: América do Norte, Europa e Ásia. Vamos trazer as mercadorias para terra firme e recarregá-las em outros navios”, disse Terje Jørgensen, diretor do porto local. “Não precisamos vender nenhuma terra para ninguém. Nem para uma empresa do Reino Unido, nem para uma empresa chinesa.”

Preocupações geopolíticas aumentam a cautela com a presença chinesa. O prefeito da cidade, Magnus Maeland, deixou claro que a prioridade é a autonomia: “Queremos um relacionamento com a China, mas não queremos ser dependentes da China”. Segundo ele, a Europa precisa refletir: “Até que ponto vocês querem ser dependentes de regimes totalitários e autoritários?”

Diante das restrições impostas por países escandinavos, Beijing tem se aproximado da Rússia, que detém metade da costa do Ártico e abriga a poderosa Frota do Norte em sua Península de Kola. Os dois países realizaram patrulhas conjuntas com guarda-costeira e exercícios militares em 2023.

“A Rússia precisa de investimentos e parceiros comerciais interessados em desenvolver o Ártico. A China é esse mercado”, disse Andreas Osthagen, pesquisador do Fridtjof Nansen Institute. Ainda assim, ele alerta: “Cuidado para não superestimar a relação entre Rússia e China. Moscou continua desconfiando de deixar a China ir fundo demais no seu Ártico.”

O aumento da atividade militar preocupa vizinhos como a Noruega. Em Bodo, cidade que abriga o comando militar conjunto do país, escondido dentro de uma montanha, forças norueguesas monitoram em tempo real os movimentos russos na região. As informações são compartilhadas com aliados da Otan. “Trata-se também da defesa do território dos EUA. As armas nucleares e capacidades russas não ameaçam apenas a Europa, mas também os Estados Unidos”, afirmou o vice-almirante Rune Andersen, chefe do comando conjunto.

Enquanto potências globais disputam influência, povos indígenas que vivem na região há séculos alertam para os riscos de um novo colonialismo. “Chamamos isso de colonialismo verde, ou agressão desenvolvimentista. Eles querem simplesmente tirar mais e mais das nossas terras”, afirmou Miyuki Daorana, ativista jovem da comunidade Inughuit, da Groenlândia. “O Ártico não é só um tema para nós. É literalmente nossa vida.”

Fonte: areferencia.com

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